Copa América 2016: Polivalência de Layún e velocistas Desgastados

11 de Junho de 2016




México vs Jamaica: México entrou a pressionar, com o quarteto de médios, muito vertical, a recuperar rápido o esférico (mais activo Layún).

 

Por David Guimarães

A sua polivalência é de louvar. Labora por todo o miolo, por vezes pivot defensivo, noutras aberto sobre as faixas como médio ala direito/esquerdo e funcionando também como interior, no apoio à circulação central. O lateral direito Araujo muito atacante, bem no futebol apoiado (combinando com o sector intermediário) e a variar o flanco, solicitando o extremo oposto, Corona (finta curta imparável).

Herrera, muito completo, recebe bola no pé, pede no espaço e cai na ala. Repentista, parte do corredor central para as diagonais exteriores  (procurando fugir pela esquerda para cruzar). Chicharito e Jiménez, avançados muito móveis, a executarem movimentos de fora para dentro e de dentro para fora, baralhando marcações.

O futebol em largura do México, com variações de sentido constantes desestabilizou as marcações jamaicanas. O primeiro golo espelha esse padrão. Layún, a interior direito, procura Jiménez aberto na faixa para cruzar, a bola viaja até à esquerda onde está Corana, este, com o pé esquerdo, devolve para o meio com um centro, colocando a bola na cabeça de Chicharito (letal nas finalizações a um toque).

 

A Jamaica é uma equipa de gigantesco poder físico, mas algo descontrolada na dinâmica, com os jogadores a perderem os posicionamentos facilmente. Foi sempre um conjunto muito veloz pós recuperação, procurando depressa as boas desmarcações curtas dos avançados Donaldson e Barnes (que galgam facilmente as costas da defesa), contrariando a armadilha de fora de jogo mexicana.

Os velocistas jamaicanos correm muito, mas não de maneira harmoniosa (movimentações globais algo anárquicas, difíceis de definir). O central Mariappa é muito pouco agressivo na cobertura da sua zona (expectante, viu o goleador do Bayer antecipar-se e fazer o tento inaugural), perdendo claramente para o colega de sector, Morgan (bom posicionamento e com segurança na condução).

O meio campo identificou correctamente a zona de pressão, roubando o esférico no momento de ligação do México, no entanto, com pouco critério, não conseguiu a continuidade necessária (situações de último passe). Sofre, porém, quando não fica com a posse da bola nesse local e os adversários saem apoiado. Tem muita dificuldade em se espraiar nas basculações defensivas, permitindo o jogo largo dos oponentes, que atacam rápido a “solidão” dos laterais.

Soccer: 2016 Copa America Centenario-Mexico at Jamaica

A Jamaica conseguiu, com o passar dos minutos, partir o jogo, obrigando a transições rápidas constantes que beneficiam as suas "gazelas", sendo capazes de algumas finalizações de qualidade (que apenas não beijaram a rede devido às intervenções de Ochoa, o homem-elástico).

Na segunda parte, Layún foi colocado a lateral direito. Verticalizou o jogo e tirou cruzamentos muito venenosos (continuando a recuperar à frente, foi o general da contra-transição mexicana). Elemento mais consistente do México, possibilitou dominar a segunda parte com menos sobressaltos.

Os velocistas da Jamaica são potentes, mas não resistem ao desgaste de tanto tempo atrás da linha da bola, perdendo as referências de marcação. As entradas de Lozano (rapidíssimo no arranque) e Peralta (qualidade na finalização) construíram o ampliar da vantagem, com Herrera pelo meio na assistência. Os “quartos” estão assegurados, mas, pela qualidade evidenciada, o México deverá almejar ir mais longe.