Cartão Vermelho à Violência

23 de Novembro de 2020




O futebol italiano associou-se mais uma vez à luta sobre a violência contra as mulheres. Se bem se recordam, ontem defrontaram-se as duas melhores equipas da temporada, Juventus vs Cagliari. Quem é que não reparou na marca vermelha que os jogadores exibiam no rosto? Que marca era aquela? Na verdade, aquele traço delineado na cara tem um propósito, uma causa, um gesto muito bonito: sinal de adesão à iniciativa “um vermelho à violência” contra as mulheres. Esta iniciativa decorre em colaboração com a WeWorld, organismo que defende os direitos das mulheres e das crianças há mais de meio século.

Segundo o presidente da série A, Paolo Dal Pinheiro “O fenómeno da violência contra as mulheres está a atingir níveis cada vez mais dramáticos e inaceitáveis. Graças a esta iniciativa, conseguimos nos últimos anos sensibilizar muitas pessoas sobre este drama”.

Uma vez que enfrentamos tempos conturbados, a pandemia da Covid-19 pirou a situação a nível mundial. Nos últimos meses registou-se um aumento de 25 000 casos de violência contra as mulheres, comparando com o ano passado.
A este propósito Marco Chiesara, presindente da WeWorld reforçou “para combater este problema, é preciso intervir nos efeitos da violência, física e económica, e estar ao lado das mulheres que querem construir uma nova vida. Mas também é importante falar sobre isso, mostrar às mulheres que elas não estão sozinhas”.

Que forma bonita e generosa de mostrar apoio para com todas as mulheres que sofrem de qualquer tipo de violência.
Esta onda de sensibilização que se alastrou de dentro para fora das quatro linhas, começou nos jogadores que entraram em campo com meninos/as que usavam a camisola da campanha, passou por treinadores, árbitros, chegando até aos adeptos que também aderiram à iniciativa. Este ano, o apoio passou ainda por ex-jogadores e as suas famílias, como é exemplo: Alessandro Del Piero, Marco Materazzi, Bernardo Corradi e ainda por Elisa Di Francisca - campeã olímpica de esgrima.

A ideia de consciencializar as pessoas e as comunidades sobre a gravidade do assunto, é representada pela marca vermelha como um “cartão vermelho” à violência de género

Isa Maio - Cronista Recepção Orientada