De acordo com Ronald Reng, um escritor alemão, houve um "Momento Kennedy": todos se lembram perfeitamente onde estavam quando receberam a triste notícia.
O momento em questão chegou a 10 de novembro de 2009: o guarda redes da selecção alemã Robert Enke suicidou-se saltando sob um comboio, deixando a esposa e a pequena filha de 10 meses.
Um choque terrível para todo o país, uma notícia inesperada que deixou o mundo do futebol incrédulo.
Porquê?
A viúva revelou que Robert sofria de depressão desde o tempo em que militava no Barcelona.
Uma experiência sofrida com o mister Van Gaal, treinador dos "blaugrana", que um certo dia ao telefone com Enke, que lhe pedia garantias para jogar, Van Gall respondeu:
"Eu nem sei quem você é".
Esse foi um Barcelona "medíocre" em que dominava o bloco holandês desejado por Van Gaal. Um grupo pouco disponível para assumir a responsabilidade dos fracassos.
Depois da experiência espanhola, Enke foi jogar para a Turquia antes de voltar para a Alemanha, para o Hanôver, onde fez excelentes temporadas conseguindo chegar à selecção.
Parecia um momento feliz, mas em 2006 chega o momento que muda para sempre a vida de Robert: a sua filha Lara morre com uma doença rara do foro respiratório quando tinha apenas dois anos.Enke não superou esta dor, apesar de boas prestações com o Hanôver e a possibilidade de ser o número 1 da selecção onde tinha a concorrência de Neuer e Lehmann.
Aquela famosa t-shirt que no dia 18 de novembro de 2009, dez dias após a tragédia, se encontrava no estádio, não era nem de Lehmann, nem de Neuer.
Estava no banco, encostada a um dos assentos, escrito com o nome de Enke
Depois de tanto sofrimento, imagino-o feliz a brincar com a sua pequena Lara...
Para sempre Robert Enke.