Ele tinha um porte real, jogava sempre de cabeça erguida e tinha uma inteligência que lhe permitia ver o jogo antes dos outros. Qualidade já reconhecível em tenra idade.
Ainda não tinha 10 anos quando na sua escola primária de Damaia, perto de Lisboa, o Benfica organizou captações. A liderar os observadores estava Eusébio que depois de alguns minutos já estava conquistado.
O "Maestro" começou a sua carreira na equipa do seu coração, o Benfica. Uma carreira que o trouxe para Itália fazendo apaixonar Florença, que ficou feliz por lhe entregar o número 10, então orfão desde Antognoni e Baggio.
Na equipa roxa, Rui Costa encontra um jogador que também se tornaria um grande amigo, Gabriel Batistuta.
Uma grande amizade fora do campo e um entendimento perfeito dentro do retângulo de jogo: Rui Costa seria a mente e Batigol o corpo.
Eles lideram a Fiorentina no regresso entre as grandes vitórias na Copa Italiana e na Supertaça, no regresso à Europa e à infeliz cavalgada que levou os roxos a um passo do scudetto em 1999.
Mas, com a chegada do novo milénio, as coisas começam a piorar no aspecto económico e para o clube tentar sobreviver, precisou de fazer sacrifícios. Rui Costa chora por três dias quando no verão de 2001, lhe é comunicado pelos executivos que deve ser vendido para cobrir parte das dívidas do clube. Segue-se o gigante AC Milan.
Em San Siro, Rui Costa sofre um pouco por causa das lesões no primeiro ano, mas no segundo começa a deliciar os fãs rossoneri.
Embora os golos sejam poucos, as assistências chegaram em quantidades industriais, quase 70 em cinco temporadas. 5 anos em que vive alegrias e dores com grandes vitórias e com a grande decepção de Istambul. Anos em que também se torna o mestre do jovem Kaka. Ele termina a aventura em Milão em 2006, entre o carinho e a admiração do público rossonero, para voltar ao Benfica.
A nós resta a lembrança de um jogador educado e inteligente e de um jogador inesquecível pela classe, carisma e pelos seus passes que transformam caminhos em auto-estradas.