Velhos tempos. Durante vários anos era frequente a presença da equipa de Gelsenkirchen no topo do futebol, tanto alemão como na europa do futebol… Uma história imensa. Fundado por mineiros, 7 campeonatos da Alemanha, todos ainda num período onde o nazismo assolava a Alemanha e a Europa… Décadas mais tarde, o único troféu europeu de destaque, com a Taça UEFA conquistada em 1996/97.
Mas, é na viragem do século que observamos um crescimento significativo do Schalke na Alemanha, com vários vice-campeonatos e presenças assíduas na Liga dos Campeões. Por exemplo em 2007/08, eliminando o FC Porto nos oitavos de final, na estreia de um tal de Manuel Neuer, ou em 2010/11, quando, sob o comando de Ralf Rangnick, alcança as meias finais da prova, sendo apenas eliminado pelo Manchester United de Alex Ferguson. Além das boas prestações, o Veltins Arena serviu de palco para alguns dos melhores jogadores da Alemanha como Sané, Goretzka ou até mesmo Draxler… Mas, a história mais recente não acompanha este percurso de bom nível no plano europeu… Desde 2017/18, com o seu último vice-campeonato, o clube tem caído bastante de qualidade, estando atualmente no fundo da tabela da Bundesliga. Pois bem, nos últimos meses foram noticiadas as dívidas do clube, atingindo a cifra de 200 milhões de euros… As dívidas acumularam-se ainda mais com o Covid-19 e, acentuando ainda mais a quebra de receitas. A juntar a isso, o agora ex-presidente do clube Clemens Tönnies abandona o clube após 19 anos na estrutura do clube dos mineiros, após polémicas que envolviam comentários “racistas”. Tönnies ainda esteve no “centro das atenções” pela gestão feita na empresa de frigoríficos da qual o mesmo é proprietário, e pelas medidas que não implementou por culpa da pandemia.
Está na hora do clube renascer. Uma reestruturação diretiva, financeira e técnica urge neste histórico clube. Ainda me recordo de, há uns anos, ver na televisão o Veltins Arena repleto de adeptos, tudo de azul, e um jogador muito especial a usar a camisola 7. Raúl Gonzalez Blanco. Ou, simplesmente, Raúl.
José Pedro Pereira - Cronista Recepção Orientada