Um redondo escape

18 de Janeiro de 2021




Entramos num novo confinamento geral para tentar fazer face à escalada dos números da COVID-19. Agora, como no passado mês de março, é tempo de dar largas à nossa criatividade e imaginação em busca de uma qualquer distração que iluda o tempo e que, na nossa cabeça, o faça andar mais depressa.

Desta feita o futebol profissional vai prosseguir a sua atividade. Um bálsamo para os adeptos que vão poder continuar a viver as emoções do jogo, ainda que à distância e por intermédio de um qualquer ecrã ou aparelho de rádio. Com efeito teremos sempre algo a que nos agarrar para nos entretermos.

A expectativa que antecede a partida. Aquele nervosismo tão comum que nos revolve as tripas numa ânsia partilhada com tantos. Os 90 minutos que nos passam adiante a um ritmo ora mais pausado ora mais acelerado mas sempre vivo e desperto na busca por mais uma vitória. As conversas animadas com a família e os amigos que giram em torno da bola. É todo esse carrossel emocional que permanece e que por estes dias, nestas semanas, vai ser revestido de uma importância acrescida.

O Futebol, pela sua essência comunitária e agregadora, oferece-nos um escape momentâneo nestes tempos onde prevalece a medida do possível. A sua típica incerteza, revestida num espetáculo cativante onde tudo pode acontecer, é acolhida de bom grado contrastando com a outra incerteza que vivemos, grave e a pairar como uma sombra lá fora.

Vamos continuar aqui, longe mas perto, à espera do dia em que possamos novamente ir viver sem amarras ou receios e gritarmos golo todos juntos, num fôlego uníssono, folião e divertido.

Por agora a bola vai continuar a rolar ao mais alto nível, senhora de si e portadora de rotas insondáveis que vai desenhando nos relvados. Vai abrir caminho a uma janela de esperança no coração de cada um de nós, fascinados correligionários em sua devoção.

 

Adolfo Serrão

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