O velho jogo de Perisic

10 de Outubro de 2016




Há jogadores que parecem trazer dentro deles o passado. Ou seja, fazem lembrar jogadores à moda antiga, mesmo que o jogo moderno lhes peça outro estilo, ou até uma diferente ocupação do campo. É o que sinto sempre vendo jogar Perisic. Podem pedir-lhe que jogue por dentro, que ele, seja em que sistema ou clube for, acaba sempre a jogar “colocado à linha” o mais possível, recordando (e dando ao jogo) os extremos à moda antiga.

Voltei a sentir isso vendo a Croácia, onde enquanto os médios jogam apoiado (geridos, sem Modric, pela cadência de ritmo lento e toque de Kovacic), as faixas metem logo verticalidade rápida no jogo. O grande motor desse “jogo profundo” com aroma dos velhos extremos é Perisic. Nunca o vi jogar de forma diferente na carreira e isso quase sempre o torna no jogador mais perigoso para os defesas adversários. Porque mete um factor diferenciador no jogo, a velocidade do extremo, que, afinal, vem do passado mais clássico.